quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Então e eu?...

Estava eu no vício do facebook, vendo as fotos das minhas amigas sobre tudo e mais alguma coisa como as férias aqui e ali, os momentos especiais, os casamentos, os jantares... Vi quase todos os perfis das minhas melhores amigas e... Às tantas perguntei-me: "Então e eu?", "Onde é que eu estou nestas fotos?".
Pois é... Não estou. 
Se formos ver fotos antigas, não estou porque não podia estar por motivos que agora não interessam para nada... E nas fotos recentes também não estou porque, nesses momentos eu estive sempre a trabalhar. Ou a descansar pelo facto de ter trabalhado tanto e não conseguir sair... E dou comigo a perceber que a melhor altura da vida tem passado por mim a  uma velocidade alucinante e que eu não a estou a viver... 
Há momentos em que me sinto compensada pelo meu empenho, há outros em que penso que perdi tempo demais com "gente menos". "Gente menos" são pessoas que passaram pela minha existência de forma marcante, às quais eu dei o que tinha e o que não tinha, e se não tinha fui arranjar e que, simplesmente, hoje em dia nem sequer existem para mim... Ou melhor, eu é que nem existo para elas! Melhor, existo para magoar e falar e fazer mal. Para massacrar e pisar como quando fazemos caipirinhas e queremos esmagar as limas contra o açúcar. Assim, para mim, tornam-se pessoas às quais não consigo arranjar uma designação... Amigos, conhecidos, familiares, alunos, sei lá! "Gente menos". Mas o que é facto é que essa "gente", mesmo sendo "menos", continuam a ter um significado e uma história na minha história. E magoam-me... Como se eu sentisse o esmagar das limas no meu peito, como se fosse o meu coração... E volto a pensar: "E eu?"... Quando é que eu vou deixar de perder o meu tempo e aproveitá-lo como se fosse o último?... 
"As coisas que parecem ter passado são as que nunca acabam de passar" (José Saramago in A Caverna).

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