quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Milésima lição





Não sei onde fui buscar esta mania de dar... Dar tudo aos outros... Não estou a falar de coisas materiais mas sim de sentimentos como amizade, ajuda, admiração, apoio... Podem pensar que nada disto é mau, mas não é bem assim... Quando damos tudo, temos tendência a esquecermo-nos de nós e, como valorizamos tanto as outras pessoas, tudo o que nós fazemos deixa de ter importância para dar lugar às suas próprias coisas. E quem está mal no meio de tudo isto? Eu e apenas eu. Durante muito tempo achei que era uma vítima da incompreensão dos outros, uma injustiçada. Típica atitude de quem não quer olhar para si próprio  e perceber que apesar de achar que estava a fazer bem, afinal estava a fazer tudo errado! O prof. Luís Cerca dizia sempre isto: "não existem exercícios errados, existem é formas erradas de os fazer!". Isto pode ser transportado para vida real... Existem formas erradas de ajudar, existem formas erradas de dar. Tudo porque nos esquecemos de nós... Tudo porque nos colocamos numa posição secundária, tentando fazer com que essas pessoas se sintam confiantes. Tão confiantes que na primeira oportunidade deixam-nos lá no cantinho onde nós próprios nos pusémos. De repente, tudo o que fizémos por eles simplesmente não existe. Mas quem é que se vai lembrar? E porque carga de água??? Mas então não era esse o objectivo, fazer com que aquelas pessoas chegassem ao topo? Mas não podem estar duas pessoas no topo. Nessa posição só pode estar um e ninguém é cavalheiro do tipo "primeiro as senhoras", ninguém, a não ser eu... Eu não  me importo de deixar passar e cometo o maior erro de todos, colocar-me voluntariamente em segundo lugar, esperando que as pessoas se lembrem do que lhes dei de mim e me levem para o topo com elas... Esquece! Dah!É que não só não me levam, como ainda me empurram lá para baixo! E de preferência para o terceiro ou quarto lugar porque eu simplesmente já estou ultrapassada... Da minha parte é muito simples: não pretendo agradecimentos, nem sequer ir para o topo da pirâmide, mas não aceito que me empurrem... Uma coisa écerta: se eu tive de escalar a montanha sozinha, encontrando técnicas e materiais que ninguém me ensinou, escorregando algumas vezes, outras vezes cheguei mesmo a cair e voltei a subir, então essas experiências também fazem falta aos outros e a partir de agora já não vou montar os trilhos de escalada para lhes facilitar a subida, eles que se desenrasquem!...  
Será que pela milésima vez aprendi a lição???

2 comentários:

  1. So um comentario a este post Princesa... Tu nao tens de montar o trilho para para facilitar a subida, tu tens de ensinar a montar o trilho... quando fizeres isso vais ter menos desilusoes... BEIJAO MEU AMOR

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  2. Posso meter a minha colherada família???....

    A vida ensinou-me que aquilo que quero sou eu a ter que conquistar. Durante muitos anos vivi na ilusão de que alguém iria dar-me aquela sensação que só tive uma vez na vida... de que tudo se resolveria sempre. Até que percebi que não. Todos os dias percebo que a minha felicidade só depende de mim. Colocar a minha felicidade na dependência de outros seres, por muito que nos ame, vai dar sofrimento na certa. Desilusão. E o inverso também é verdadeiro.
    Eu vou mais longe querida cunhada, e digo-te que tudo o que fazemos pelos outros fazemos também por nós, porque ajudar alguém nos faz sentir melhores pessoas. Se depois não somos reconhecidos ou se ainda nos esmagam, tem que ser secundário. Fazemos porque queremos, porque isso naquele momento nos fez bem fazer. Se a pessoa não soube aproveitar, azar o dela.
    Não sei se me fiz entender... hoje está difícil ser clara! Melhores dias virão!

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